30 de out. de 2008

Repto

Das mil e uma perguntas que gostaria de fazer aos meus amigos e amigas (a estas sobretudo se gostariam de passar uma noite sweet and filthy comigo…), assalta-me esta:

- Que livro, filme e álbum gostariam de concebido? E porquê?

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24 de out. de 2008

Novo Blogue

O demónio bom que existe em mim aproveitou um cruzamento de sonos e criou um blogue com propósitos altruístas. O bandido encontra-se neste momento a ser espancado por putas de satanás que se têm lambido graças à voz de comando da minha criatividade mais negra...
Está a pagá-las, portanto. Por isso, vão lá dar uma vista de olhos, só para verem do que o safado se foi lembrar...


http://maquinaderebites.blogspot.com/


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16 de out. de 2008

Melodias Trágico Irónicas

Há uns tempos fui ao I.P.O. visitar um amigo que padecia de cancro do pulmão. Quando cheguei à recepção, deparei-me com a canção "Smokers Outside the Hospital Doors" dos Editors, que saía do rádio da recepcionista e que esta tão harmoniosamente cantarolava...

A semana passada esse meu amigo não resistiu à doença e morreu, desgraçado... No funeral e como era de sua vontade, foi tocada a musica "Alive and Kicking" dos Simple Minds, pela banda filarmónica lá da terra...

14 de out. de 2008

MEMÓRIAS DE PAREDES DE COURA


I CAPÍTULO


A Manhã começou difícil, em Marco de Canaveses. A ansiedade de uma festa que se quer cheia, encheu-me a noite de insónias velhas. Uma madrugada tardia e amiantos mal destilados fizeram o resto. Acordei com uma bigorna nos chifres, mas obriguei-me a depô-la na mesinha de cabeceira pois ainda tínhamos de carregar os baús da Louis Vuitton para a mala do Rolls. Eu sabia que a bigorna me esperaria quando voltasse…


Entretanto chegamos a Paredes de Coura, recebidos em apoteose por um ajuntamento de virgens, de cabelos longos cobrindo os seios nus, montadas em cavalos brancos andaluzes. Perdido, como um menino numa loja de guloseimas, agarrei-me à primeira sela que de mim se abeirou e, enquanto subia com dificuldade, pensava nas doces palavras que haveriam de convencer a casta virgem a debruçar-se sobre as crinas do corcel, erigindo com graça a sua sêmea de madrepérola...


Ela olhou-me nos olhos e disse:

- “Bom dia! São 8 euros e quarenta cêntimos.”

- “Ãhh?” – digo eu, espantado.

E depois com voz masculina:

- “Acorda, caralho!”

Eu acordo. O Romeu olha-me nos olhos e já a espumar-se, amanda:


- “PÁRA DE PUXAR O TRAVÃO DE MÃO, TIRA AS PATAS DE CIMA DO TABLIER E VÊ SE TENS AÍ 40 CÊNTIMOS!!!!”…


Uma vez ultrapassado o episódio da portagem, chegamos à velha vila e estacionamos junto ao cemitério. Eu, cismado na “bela bilha”, ainda me agarrei às grades do malfadado jardim de caroços, vertendo os últimos goles de esperança por uma virgem a cavalo. Uma velha desdentada, mudando flores numa campa, piscou-me os olhos húmidos com cataratas e o universo reconstruiu-se-me nu e cruel.


Abrimos um garrafão de sangria, que levávamos em ofertório para as almas gentis que nos montaram a tenda, e fomos tirar bilhete sob o olhar condenatório de almas impolutas, nessa mesma noite cumpridas, lavadas no Olimpo imaculado das purezas moribundas – o INEM!




Continua…


13 de out. de 2008

Solidariedade Gourmet


O candidato Jonh Mccain disse “não é tempo de tentar encontrar culpados, mas de encontrar uma solução para o problema”.

Tradução: Apesar de se ter feito merda da grossa, vamos deixar que os responsáveis por ela continuem no poder. Ao invés, vamos antes encontrar uma solução para nos livrarmos do monte de estrume que eles fizeram com o nosso dinheiro.


Aliás, hoje apetece-me mandar umas postas de pescada... se bem que, nos dias que correm, o melhor é guardá-las no congelador... metê-las no banco está fora de questão.

Uma questão assalta-me, disfarçada de outras mil...

- Onde estão os gajos que não queriam que o Estado interferisse no privado? Ah! Já me esquecia. Estão na mesma palhota dos filhos-da-puta que disseram que o mundo ia acabar no ano 2000 e andaram a vender cruzes brancas (onde supostamente se estaria a salvo do Apocalipse). Não se lembram? Eu lembro-me bem (e não comprei nenhuma!). Também me lembro aí de um banco que andou a perdoar dívidas de milhões de contos aos filho do seu presidente. E também me lembro de um outro artista, que se dedica a falar de arte e poesia nas revistas, que foi "dispensado" com uma indemnização de outros tantos milhões. E o que dizer dos prémios chorudos que os quadros das empresas, agora na falência, distribuíram entre si há tão pouco tempo?


Concordo com a besta republicana. O melhor é mesmo encontrar a solução para o problema. O que nos divide, porém, é que eu acho que a solução é identificar esses burlões e pô-los a tomar 3 duches por dia em Custóias.


11 de out. de 2008

TAUFP

Hoje a minha tuna faz 14 anos. É verdade, eu pertenço a uma tuna. Para quem não sabe o que isso é, não o saberá até fazer parte de uma. “Aparte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”, dizia o bandido do Pessoa. Aquilo que as pessoas sentem quando pensam numa tuna, penso eu, quase exactamente, quando as vejo no Praça da Alergologia. Que cambada de tones!


Para os que ficarem na dúvida… juntem 15 amigos num jantar, saiam para a noite e façam votos de se comportar como uma família com propósitos comuns. Uma tuna há-de parecer-vos um bando de meninos de coro. Há tunas que me repugnam, há estudantes que me repugnam… a maior parte das pessoas repugna-me. Mas eu vivi, estive lá, fiz o que tinha de ser feito, experienciei-me, por mim. Não fiquei à espera que as outras pessoas me redigissem um parecer sobre o mundo tunante ou vivessem a vida por mim e fui curtir. Hoje, tenho estórias para contar e, por isso, falo com a propriedade, não de alguém que "comeu o pão que o diabo amassou", mas de quem lho meteu na boquinha...


As nossas jantaradas, por exemplo, eram (são) diferentes de todas as merendas de curso ou desses ensaios de borga adolescentes que se vêem às sextas e sábados nos restaurantes perto dos bares. Na verdade, e em comparação, as diferenças saltam à vista. A primeira é que ninguém vomita no fim de jantar e não se pense que é por falta de vinho. Depois, quando o repasto acaba (apesar de haver um gajo com sotaque que não pára de comer), em vez de berrarmos eférreás sem significado, pegamos nos instrumentos, tocamos e cantamos, fazemos serenatas, lembramos aventuras passadas e, sobretudo, conversamos (coisa rara, a julgar pelo que por aí se vê). Há sempre canções, haverão sempre canções… A euforia é garantida e contagiante.


Fiz de tudo. Desde discutir Art Déco pelas ruas de Aveiro às 7 da manhã; Antes disso, ainda dormi à porta de uma discoteca, para onde fomos depois de resgatar dois ou três artistas que caíram à ria; andei nu em Viseu à procura da roupa; entrei no Plazza de Lisboa com um garrafão na mão (e dormi lá); os pequenos-almoços de francesinha eram constantes; lembro uma corrida de cadeira-de-rodas no corredor de um conhecido Hospital do Porto; levei injecções de penicilina com duas cruzes satânicas barbeadas no traseiro; gozamos com a Lili Caneças no palco do Coliseu de Lisboa (ela estava na primeira fila) e no final da actuação ainda me veio agradecer “a homenagem”; percorri o país com a malta, sempre em debanda e euforia. As estórias são mais que muitas e a maior parte não me apetece contá-las aqui…


A minha vida académica confunde-se com a tuna e, nesse sentido, é-me impossível pensar o academismo sem ter presente, pelo menos, uma metáfora das vivências que partilhei junto da Tuna Académica da Universidade Fernando Pessoa…

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