18 de nov. de 2014

Sabes que sou doido
por não ser vulgar
ainda que não sendo completamente doido
seja vulgar
amiúde
mas sabes que somos todos doidos
se calhar não sabes
eu acho que sei
porque sou doido
e os doidos reconhecem
amiúde
os outros doidos
que andam por aí
há não mais que cem anos
carregando a história toda
como se fosse a deles
os sonhos dos outros
como se fossem os seus
e o tempo em parcelas
como se fosse uma sanduíche
olho para as horas
e era tão bom que elas não fossem o que são
era tão bom que eu agora estivesse incerto
como ontem
(ou hoje
não sei bem)
e fosse mais cedo
ou não fosse tão tarde
mas é a hora
tenho de ir
agora
fazer coisas que não desejei
e deixar a morrer este poema
com um golpe de sabre.