Disseste-me…
Esta noite sonhei com pessoas mortas suspensas em ramos de árvore frágeis, sob a bruma noturna iluminada de luar. Sonhei que fugia mas
não havia fim para a fuga. Sonhei que matava, e intriguei-me a pensar “ se mato… terei sido eu?”
E eu…
Sonhei que te beijava. E que tu até precisavas de mim. Quem
sabe um dia em vez de precisares de mim até me venhas a querer. Isso é que eu
gostava. Depois, no sonho, senti que era tempo de te contar o meu segredo, se
segredo é para ti. Nunca te cheguei a contar, porque só agora percebo
claramente que, se sonhei contigo, passado todo este tempo. Se sonhei que eras
minha, às tantas, é porque te quero.
Ora… esquece.
Ora… esquece.
Gosto muito de ti, só isso. Ou talvez a palavra amor seja muito fechada para o
que sinto. Talvez não precise de te amar para te amar, e então te ame assim,
sem te prender.
A sério? Poh! tens pesadelos mesmo fortes! Eu tenho sonhado
com nada.é.