25 de jun. de 2010

Manifesto contra as gajas boas

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De há uns tempos a esta parte que certo tipo de mulheres perfeitas (com corpos perfeitos, entenda-se) me entediam, esmorecendo por consequência a minha vontade de as cobrir. Falo desses protótipos de mulher celeste que abrolham nas revistas masculinas como pop-ups em sites porno; daquelas com potencial para serem chamadas à Selecção Nacional das Namoradas de Jogadores de Futebol e que, mesmo sem convocatória, formigam pelos estágios como nassas de pássaros ou favos de mel.

Estou cansado delas, ainda que folheie primeiramente e sempre O Jogo pelo avesso e, instintivamente, lhes assobie um reconhecimento ou dispare um “Eh Eeii!” mais galhardo, seguido de um “Fuooda-se!”
É. Não parece mas estou cansado dessas tipas! Talvez ainda se não tenha reparado muito nisso mas estas mulheres que, em teoria, erigem o cânone de beleza feminina à custa de muita baba máscula, são abundantemente vulgares. Com esta mania de sermos todos bonitos de repente, vimos assistindo a um surto de poderosas que brotam dos ginásios como licenciados em Relações Internacionais das universidades, no final da década passada. A beleza, no entanto, tem mercado. E como a competitividade está agora na moda, as mulheres sujeitam-se a um delineamento de curvas capaz de pôr torneiros a suar e relojoeiros a tirar os óculos da ponta do nariz. Às vezes, ao sábado à noite, descubro o meu olhar desnorteado em coxas como o cão de um garimpeiro que atravessa a multidão, a lamber-se na miragem dos lingotes com mais quilate. Certo? Errado! Não consta que os cães tenham mais febre de ouro que os humanos a da carraça e, muito mais canídeas parecem as mulheres em relação ao ouro. Quem diz ouro, diz um amor deslavado em lágrimas pelo Cristiano Ronaldo, festas VIP, mamas novas, cartões sem plafond e um resto de tudo que vem por acréscimo como o Photoshop!

Eu não digo que as mulheres não devam investir no corpo. Até acho que devem continuar a investir como essas vaquitas que prá’í andam nas revistas a negociar aqueles triângulinhos de pano que falta para se lhes ver o parreco (gosto tanto desta palavra!). O problema é que a oferta de gajas boas está a aumentar, bem como a concorrência desleal na caça ao macho, levando muitas a recorrer às mais ancestrais técnicas de marketing, como é o caso do "bochecho na toilette”… um clássico muito em voga nos Estados Unidos.

Bem, isto de dizer mal das gajas boas está a custar-me. Por isso, vou mudar de técnica e falar das que eu gosto mais. Eu gosto mesmo é das francesas. Não tanto daquelas pitas que aparecem por aí à boleia do Erasmus mas daqueloutras que vêm embrulhadas como bombons nos filmes franceses, mesmo nos vintage (estou a falar de cinema de autor e não de porno, entenda-se!). Aquilo sim, são mulheres com substância, interessantemente cultas e tesudas, respeitosas como quebra-nozes e dotadas de um magnetismo capaz de arrancar pregos a um caixão enterrado numa cova com duas funduras. Nada que se compare a este fast-food de cantina cinematográfica americana.

Por isso, meninas, antes de julgardes o meu machismo, atentai bem neste esboço que aqui vos trago e pensai bem nos modelos de beleza que as revistas vos andam a vender. Achais mesmo que sois emancipadas? Não estareis a andar para trás, a tornar-vos mais burrinhas e plásticas? E os homens? – direis - Ah e tal, básicos… só pensam em coisa e foder… e protegem-se uns aos outros e não sei quê! Nós gostamos de sexo. Ponto final. Vós também gostais? Óptimo. Bora lá prá festa. Sexo é sexo e não deve ser complicado, isto é, por demais formalizado. Mas tenham presentes este pensamento: - enquanto as mulheres se servirem dele para atingirem os seus fins, nunca serão completamente emancipadas, nem os homens suficientemente despertos para a sensibilidade feminina. Tanga? Tanta conversa guarda a mulher para o fim do sexo e tanta vez lhe foge o homem a meio…


Nota dispersa:
Não se esqueçam que ser gaja boa, nos dias que correm, não basta. A beleza é efémera e o casamento também. Agora que penso nisso, perdoem-me o machismo, mas quase me parece que foram as mulheres que inventaram tanto o casamento como o divórcio. Não tenho a certeza, mas… hum huummm (tosse e pigarro) não sei… não sei…
Para terminar, nunca se esqueçam, meninas e senhoras, que são vossemecês que educam os filhos para serem os dominadores de mulheres, para lhes resistir às manhas. Nós temos a escolinha toda. Agora que penso nisso, isto dava um bom post para o dia da Mãe.


PS: quem diz francesas, diz italianas e espanholas. O filão do cinema europeu é vasto e de alto coturno.

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Um comentário:

Amora disse...

Menos implantes e mais pensamentos :)

Menino de Talho os meus sinceros parabéns por este post .