25 de fev. de 2013



Eu queria correr contra os teus nãos,
Impedi-los de acontecerem como se não tivessem já acontecido…
E vestir a esperança como quem veste um fato usado para ir a funerais
Ou entrevistas de emprego.

Estou tão morto que não seria capaz de tocar a tua raiz
Se num acaso fosses flor sobre a minha sepultura.
Até os murcões que sobre o meu peito fazem banquete
Falam de ti com mais propriedade
E sabem do teu sorriso como de ver-te passar à frente de uma porta aberta…

Durmo no teu perfume
Como um animal atropelado e às cambalhotas na autoestrada
Insuflado de morfina e música celestial...

Não espero senão como quem sonha
Que me recolhas do asfalto,
Entre os milhões de pessoas que por lá passam
Numa estrada em que provavelmente nunca passarás…

Que eu te dê um último sorriso
E tu me dês uma lágrima.


2 comentários:

Anônimo disse...

Pralguns

Anônimo disse...

Maravilhoso

A.Pralguns