os
postes de iluminação pública choram as ruas desertas,
o
frio reza às casas que o deixem pernoitar mais uma noite
e
dentro dos corpos a alma contrai uma última fonte de luz.
nós
somos as personagens que existem num filme francês,
a
preto e branco, com as emoções gastas esbatidas no rosto,
ansiando
pelo final calculado e pela metáfora vazia e batida.
os
nossos pensamentos diluem-se na intifada dos deuses
cansados
dos homens; cansados do calculismo da poética
que
da essência não concebe nem caricatura aproximada.
somos
a noite que relembra o dia. formámos este cansaço.
somos
a avareza da epifania de uma coisa feita de nada
e
as marionetas de pano iludidas por uma liberdade de aço.
Vida,
acolhe-nos amanhã!
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