16 de set. de 2012

amplificado



sou dono de milhares de cores, aprisionadas em palavras,
e existo em várias personalidades, em distintos sujeitos.
tenho o preto e tenho o branco, acinzentados pelo tempo.
sou eu e eu pelo meio: um escreve e o outro somente relê:

nunca estamos de acordo; nunca somos um só ser.

escuto várias vozes, mas ninguém conhece o caminho.
vou assim, improvisando ao sabor do momento,
aguardando pelo líder ressurgido desse denso nevoeiro.

sou os oceanos. sou as terras que vi primeiro.

sou as folhas secas de novembro e as flores novas de abril.
tenho todo um povo dentro de mim, que não sabe bem o que quer.

sou Portugal. sou um cravo, pousado num peito de mulher.


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