15 de Agosto, pois claro – essa data que o diabo roubou aos
céus só para me azucrinar o juízo. Foi duro! Acordei taciturno e moderadamente
interessado em sorver ruidosamente uma sopa morna – o pequeno-almoço dos
campeões! Antes disso, bateram à nossa porta com luciférica violência. Pensei,
inicialmente, poder tratar-se de uma vizinhança amotinada, munida de tochas e
forquilhas, como se, inadvertida e acidentalmente, lhe tivéssemos roubado ‘à
cara podre’ um estendal para pormos a nossa roupa a secar. Estranhei, pois nada
disso acontecera realmente senão em sonhos meus. Eram, afinal, senhoras de
Lisboa que vieram propositadamente da capital para me dar banho e cofiar com
pentes de madrepérola os meus felpudos costados…
Fomos depois comer a tão ansiada sopa. Não podia ser num
sítio qualquer! O meu fino génio, de gosto caprichoso, clamava por uma coordenada
de estrelas cuja envolvência reunisse num só aroma, qual etéreo perfumista, o
deleitoso e quente aroma dos fritos aliado à fragância das casas de banho, hermeticamente
fechadas durante meia hora. Em suma, fomos ao Arcada Fire.
Saímos depois para a esplanada onde, para além de encontrar
amigos marcoenses, me foi permitido achar um saquito com bolota no pavimento. É
verdade! Achei uma talisca de bolota no chão que prontamente se entregou às
autoridades, sob pena de aquilo provocar tentação às mentes mais frágeis. O
polícia disse-me, com um sorriso, que era ‘da boa’, levando-me a crer que o estupefaciente proviria da regueifa da Sara Norte…
Fomos depois à ‘Boca da Boceta’ onde, em permanente atrofio
mental e eminente quebra de tensão, sorvi algumas minis. Fomos muito bem
tratados e, se de algo tivesse a queixar-me, seria por a minha cadeira
não ter rodas, para além de um nítido desinteresse em segurarem-me a cabeça, quando era notório que ela pendia e eu me babava. Ao invés, encheram-me as goelas com pimentos padron e fêveras quentes - não é maneira de se tratar um vegetal! –
mas conta a boa-vontade!
Depois disso fomos ver os ‘Frangles’, cuja performance
correspondeu às expectativas…
Mas isso já são contas de um outro rosário que depois vos
contarei, criançada… até porque amanhã é dia de escola, a fogueira está a apagar-se
e eu não tenho aqui mais nenhum presidente da República para botar ao lume.
Vá, ponham-se agora todos em filinha para dar um beijinho no prepúcio aqui do
Grande Chefe, como é costume da nossa tribo…
Continua…
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