10 de mai. de 2012

Parachutes don't fall by themselves


À noite o relógio dá mais badaladas
No silêncio
Como os pássaros que gritam
À catástrofe

O céu rebola
No poço da morte
Onde gaivotas mortas
M’aninham quedas e glórias

É de tanto correr para trás
Que de vez em quando esbarro de costas
Contra a porta de Deus

Peço desculpa
Como um bêbado que a dançar
Pisa acidentalmente os pés de alguém importante
Que era suposto não estar ali

Mas danço e danço mal
Tomando de uma outra alegria
A certeza de não ser ainda um perecido

Vem depois a manhã
Com a sua língua de venenos e proposições
De obrigações
Roubando-me o sono e o sonho

Se me acordassem ao menos
Para tratar apenas de ervas aromáticas...


Um comentário:

je suis...noir disse...

"esbarro de costas contra a porta de Deus"; gosto muito!