23 de nov. de 2011

.

Um copo de vinho bom e um aquecedor metálico, daqueles que parecem cortinados de tiras; por cima, um tacho de água com folhas de louro para purificar o ar – um truque aprendido com um desses génios vivos que ainda dão entrevistas e fumam muito. O resto é rotina. Escrever como se amanhã só cá estivesse um resto de mim, uma pele de gordura amarela e uns bons quilos de carne que será uma pena não dar frita para um canil. Que fazer? Nem essa última vontade me respeitam! Que belo e macabro cenário! Os seres humanos frios de terror, os cães de barriga cheia, lambendo o focinho, serenados a um ninho como pequenas jiboias. E eu, como agora, rindo-me sinceramente. Num fungo, primeiro. Em vários fungos depois, até me abrir numa gargalhada larga que daria por certo às costelas um tempero especial…

.

Um comentário:

Anônimo disse...

Desassogado e tranquilo ao mesmo tempo. Gosto. Continua amigo!
Pralguns