12 de abr. de 2010

Aranhão e Guarda-Chuva

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Ele era polícia e andava à chuva,
Ela era viúva de salão.
A ele chamavam-lhe o guarda-chuva
A ela, O Aranhão…

Ela fora em tempos Zaliou Renda
E aspirava ser actriz.
Sonhava ir, por Hollywood,
A Paris.

Ele tricotava rendas para caixões
Mas tinha o pé-de-meia furado;
Era rico a apostar nos milhões
Mas sempre a dar no dado errado.

Ela entrou virgem no cinema
Depois de um Mare Fettuccini
E o que meteu depois à boca, soube-lhe
A Fellini.

Ele coleccionava travessas e pratos
Mas custava-lhe adormecer.
Fez-se enriquecer na areia para gatos
Antes de enlouquecer.

Um dia ele fisgou nos seios dela
E ela colou no seu bumbum.
Cruzaram-se os dois na mesma viela
E foi isso que ambos tiveram em comum.

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Um comentário:

Anónimo Pralguns disse...

Verdadeiramente genial. Afago-te o ego com toda a minha revêrencia, porque este conto-poema está muitíssimo bem esgalhado.

A minha admiração sob a forma de uma nota de 500.