5 de set. de 2009

Monólogo amigável nas agitadas paragens de Algures:

-Nunca digo tudo e tudo o que digo é tudo e nunca o todo.

-Criaste um espaço impenetrável e afastado de todos. Nada nos é próximo-lugar longínquo de intima nostalgia.
Falar é dar forma à palavra que está em ti. É ouvir o eco da tua voz interior.

- Não será a palavra que expõe o ser levando-o a provar da ironia e escárnio, deixando nele o sabor a fel?
Tudo o que é dito contém a morte em si. Ditosos os que são em silêncio.
Quantas frases são pronunciadas com o peso da repetição?

- E quando se fala das dores, serão elas também volúveis?
- As dores vivem-se na solidão que é nossa.Tudo o que é dito ou vivido no exterior não é mais do que areia que finca ao decalque da leveza do ser.

-Nunca desiludir-me-às...

-Recordas-te de tudo o que tens dito?
Por vezes penso que nos servimos das palavras quando menos necessitamos delas. Escondem-nos nelas e delas resultam frases feitas e lugares comuns... Prefiro escrever.

-Eu também. Adeus.

-Adeus.

4 comentários:

anita disse...

...que agradável surpresa... descobrir que também a Amora pertence a este espaço de devaneios do Sr. Mal... =)

Amora disse...

O que é que poderei dizer em minha acusação?
Cedi ao encanto do Cabaret, onde a dança da criatividade,do inacabado, da veleidade é a suprema degustação dos que se encontram vivos nas ideias e mortos na aparência.

Amora disse...

O que é que poderei dizer em minha acusação?
Cedi ao encanto do Cabaret, onde a dança da criatividade,do inacabado, da veleidade é a suprema degustação dos que se encontram vivos nas ideias e mortos na aparência.

Amora disse...

Saiu a duplicar o comentário...assim não deixo espaço para dúvidas.