30 de mai. de 2009

Movimento

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Tenho sido solicitado para fazer coisas em vez de só as referir. Não é que me importe muito com a visão que cada um tem do mundo, ainda que esse espectro tenha alguma validade. No entanto, correm rumores de que a próxima gerência municipal também tem uma visão do mundo…

Há por aí utopias que pretendem acabar com a diversão nocturna no Marco de Canaveses. E por muito vaga que possa parecer a ideia, todos sabemos que basta soltar a cadelice policial para que o famigerado propósito se cumpra.

Pelos vistos, para resolver a crise, não chega picar o boi de sol-a-sol durante toda semana. Não! Mal a malta começa a descomprimir duma semana de trabalho, chega a ASAE e/ou a polícia para acabar com a festa. No tempo do Salazar, apareciam montados a cavalo. Hoje, e porque vivemos em democracia (!), farejam-nos os cães. É caso para dizer:
- “Que se foda o melhor amigo do homem. O bacalhau é que é o fiel amigo!”

Sem eira nem beira, esta gentalha frustrada quer acabar com o divertimento da malta. Roubam-nos a casa e aparece-nos um polícia a perguntar o que aconteceu; saímos para jantar e beber um copo com os amigos e é vê-los em magotes para fechar o bar; pedimos a intervenção da polícia num acidente e eles respondem-nos que o jipe não está disponível, que vai demorar. E, no entanto, não faltam carros e “meio humanos” para cercar uma cidade às sextas e sábados à noite. Identificamos os criminosos e a polícia aconselha-nos a enfiar-lhes um enxerto de porrada…
A isto, caros senhores - chamo eu - deslocação de objectivos.
Pela minha parte, dispenso uma autoridade que serve só para passar multas.

Não se julgue, porém, que a polícia apareceu porque se lembrou de acabar com o barulho. Não. Estas práticas resultam de “aconselhamento camarário”. E, depois, bem podemos gastar todos os euros no telemóvel por altura das festas municipais, que a polícia não vai suspender o fogo-de-artifício ou o ruído do Tony Carreira…

Quanto a vós, não sei. Pela minha parte, não estou disposto a abdicar das minhas noitadas no Woodrock, no Red Box, no Jamaica, no Etc. e etecétera…

Estou disposto a encabeçar um movimento que espante esta passarada de frustrados que tentam acabar com a nossa diversão para nos empurrar para as suas festinhas de anho assado com arroz de forno ou às festas com melão do Castelinho, em que o líder espiritual se confunde com o presidente da Câmara.

Sou uma pessoa de paz mas não suporto atropelos à liberdade. Como diria Agostinho da Silva, “nascemos de graça e passamos o resto da vida a pagá-la”. E porquê? Porque alguém decidiu que nos devia proteger de nós mesmos, acabando por se proteger a si mesmo, mantendo-se no poder ou lutando para o atingir.

Estou em guerra. Não me interessa convencer-vos ou convocar-vos. Interessa-me apenas saber quantos de vós partilhais este propósito.

Estais comigo?

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7 comentários:

Amora disse...

Sim. Um breve e sonante sim!

Bailarina disse...

Estou contigo Amigo!! As noites do Marco são nossas e não desses bandalhos que se querem fazer Homens...

Unknown disse...

Embora ande um bocado alheia a tudo o que se tem passado, comungo da opinião que, sim, devemos mobilizar-nos e resolver a questão de uma vez por todas.

È claro que estou contigo!

Sr. Pedro disse...

A fase revolucionária, e o Che que há dentro de muitos nós, já se mostrou ultrapassada e desnecessária. Na minha opinião mais importante que marchar contra esse porcos é mostrar a quem tem em seu poder o controlo do ritmo a que a banda toca, que nós nos conseguimos divertir e ter noites loucas, mas sem desacatos e parvoices. Mostrar a essas pessoas que duvidam, acusam e estão sempre a por em causa a nossa inteligencia e bom senso. Mostrar que somos uma juventude que se for bem tratada também sabe tratar bem.
Não digo que façamos um guerra de cravos, mas tb não digo para atirarmos pedras. Sejamos comedidos, e tentemos unir os nossos esforços para mobilizar as pessoas a terem cuidados com as maluqueiras, a pensarem antes de darem um berro dum café para o outro, a não atirar uma mini para o chão com um caixote a 2 metros, a não passarem com os carros a alta velocidade quando sabem que há muita gente na rua...
É uma luta, que em caso de sucesso, traz anexada uma série de evoluções e um bem-estar comum. Ao contrário de dizer mal, e criar movimentos contra algo que apesar de não me satisfazer completamente, está cá para por a ordem e não nos deixar cair numa anarquia. Iriamos estar em guerra constante sem uma figurar policial e controladora, e nunca chegariamos a lado nenhum.
Vamos mostrar que somos pessoas sérias, inteligentes, capazes, e que não somos a merda que eles querem fazer parecer que somos. Não vamos ser peões deles e vamos nos mexer de forma diferente do q eles esperam

Anatoly Zerka disse...

Pois com certeza que estou contigo e tu também irás estar comigo... lado a lado, a gritar bem alto, a escrever bem carregado e a lutar bem forte, contra a letargia socio-cultural que nos querem impor os senhores do regime. Iremos esforancar bem fundo e forte a ferida infectada deste sistema doente e lesado pelo marasmo intelectual. Antes partir, do que vergar, perante esta triste realidade.

Tónio Cuco disse...

Abaixo assinado!!!

MADAME disse...

Eu apoio e fico à espera de ver esse movimento na rua, nas bocas do povo e assim sair não do papel à moda antiga, mas deste espaço virtual. Cresçam, quero ver isso a crescer.

Beijos