23 de mai. de 2009

Morri-vos

Morri-vos, escrevo das profundezas, no purgatório decidi, desço, Deus é demasiado justo, com o Diabo viverei como sempre vivi, na injustiça.

A sagrada escritura, Jó 26:6, antecipou-se a este dia:
O inferno está nu perante ele, e não há coberta para a perdição.


Morri-vos,
como uma vaidosa borboleta sucumbi aos pés de um eco-sistema adverso após breves dias, vivi com a corajem de um inconsciente selvagem, morri por profundas facadas no meu ego, morri atingido por coisas em que não acredito, morri por ignorância alheia, pior, morri por intolerância, nada sei, é verdade, mas sei o que me magoa e incomoda, a censura incomoda-me e magoa-me a falta de tolerância de pessoas para quem as artérias são meros tubos que permitem o funcionamento do coração a frio, nas minhas, o sangue corre quente, tenho a capacidade de viver com paixão, sei que sou um biltre e que não interesso a mais ninguém que não os meus amigos, para mim chega, amo essa corja, eles ocupam o meu tempo e pensamentos, não tenho a necessidade de criticar, perseguir, insultar debaixo de um capote de falsa moralidade a sociedade que desconheço, não tenho tempo para isso, estou morto!

Mudei, não para os meus amigos, sei que me amam, mas mudei para os outros, tornei-me no mais novo dos hipócritas, sinto-me desterrado das minhas ideias, mas com a certeza que estaria pronto para acolher no meu
âmago a mais estúpida criatura!

Fui lambido pelo Diabo, não há salvação para mim...
Espero-vos impolutos!



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