14 de mar. de 2009

Retrato de uma Falência

Pisamos uma linha de tempo que, vista da lua, não vale a métrica de um cabelo. Valemos quase nada e a roda, que ainda dura, foi incapaz de guardar para a história o nome do seu inventor numa campa de flores. E, mesmo assim, para quê? De nada serve a eterna glória se estiverem certos os ateus.Todos os dias, abrem falência fábricas de sonhos sem compaixão para os pensamentos realmente grandiosos. Não há freio que segure o tempo, e a morte, que é certa como eu estar escrevendo agora sobre verdades perenes, virá para todos como um exemplo de eu estar certo também, mas por estar vivo e não ter falsas esperanças na sua absolvição. Verdades universais e certezas absolutas guardam-nas os deuses no seu relicário de cemitérios. Os deuses que jogam à bola nas imediações das fábricas abandonadas…
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2 comentários:

Anônimo disse...

Tão longe do céu e perto do abismo, provocando o mal e esperando ser atacada pela sua ira. Deixar-me penetrar pelas imensas malvadesas que rodeiam a alma, mas sempre sabendo que só um dia ela a morte me vencerá... mas até então, não terá descanso pois a minha presença será um peso no seu caminho... Viverei e gozarei mostrando saber o fim, mas ninguém sabe o caminho até lá...

Anatoly Zerka disse...

Não sei se Deus ou os deuses, jogam à bola nas imediações das fábricas abandonadas, mas desde muito cedo os imaginei a brincarem com os humanos como se fossemos bonecos da Playmobil, com carros, casas e vidas artificiais que podem acabar sem razão aparente... Desde sempre vi a humanidade como marionetas nas mãos de deuses que se juntam para brincar em conjunto.