18 de mar. de 2009

Para os que confundiram Epitáfio com...

TESTAMENTO:

Desejo doar o meu corpo a quem dele tirar melhor partido que eu. Tudo menos tráfico de órgãos. Quando muito (e preferencialmente), reencaminhe-se a genitália para um tarado que deseje cumprir-se em todas as línguas e nacionalidades. De resto, desejo ser trinchado às postas na seguinte disposição:

- As mãos ou dedos a um escultor ou guitarrista amputado
- As costelas, temperadas apenas com uma mão-cheia de sal, assadas em churrasco de madeira e atiradas da varanda aos meus cães ou a quem, achando-se capaz de competir com a sua gulodice, queira apanhá-las com os dentes.
- Os rins a uma velha boa, militante do sexo anal que, tendo os seus esmurrados de pancada, se veja privada de cumprir os divinos ensinamentos de Sade.
- A tíbia da minha perna direita oferecida ao Woodrock no Wine Festival, para se ter na prateleira, atrás das bebidas, autografada por Lambidos pelo Diabo. Se por acaso se fecharem as suas portas, enterre-se no Jardim Mágico numa alvorada sem testemunhas.
- O fígado para quem der e vier
- Os olhos para um ou dois cegos (não vá um ficar a rir-se do outro)
- Os dentes para apreciadores de nozes e avelãs
- A expressão encerada das minhas faces mortas em frascos a uma vara de padres
- Os ouvidos aos surdos e as orelhas (de preferência, com pêlos) disfarçadas num pires de orelheira servido num restaurante com estrelas Michelin.
- Tripas e restos de carne magra para salpicões canibais.
- O esqueleto a um conluio de necrófilas


Continua…


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Um comentário:

Anatoly Zerka disse...

As nalgas bem peludas, deixe-as a uma enfermeira gostosa que folgue passar a mão ao correr do pêlo de animais como vossemecê... E essa voz que o caracteriza, deixe-a ao vento e aos trovões para espalharem o terror sempre que se formarem tempestades! E isto é só um conselho que como amigo me sinto na obrigação de lhe dar. Não quero que maquia alguma da sua pessoa seja mal atribuída.