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Não há paciência para um Deus que quer,
Para os homens que sonham
Nem para as obras que nascem…
Coitado do Fernando,
Gozar-se assim com os versos que lhe eram tão queridos!
Valia mais ter fodido a Ofélia comme il faut!
Quem sabe, ela teria gostado mais do seu Álvaro nos Campos.
Por cada troço de estrada inaugurado
Nasce um homem novo obrado por Deus
E o sonho cumpre-se numa mão cheia de votos.
Soubesse Pessoa, de antemão, que a sua poesia serviria o discurso político de circunstância e as fotografias que lhe conhecemos seriam bem diferentes. Menos chique, os bigodes atulhados de fluido vaginal e o olhar estrábico de quem não se ficou pelas bagaceiras no Martinho da Arcada. Hoje sem mesa reservada, lembrado como um pulha que partia mesas com cadeiras. A sua amada, Ofélia, uma pin-up desempregada, consciente da escrita que lhe escorria pelas pernas, amando o seu Pessoa, guardada para a história como um tesão sorridente de saias curtas.
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4 de mar. de 2009
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