O táxi seguia rápido para o meu vagarosismo mental que
acelerava. Queria teleportar-me para escrever. Escolhera o banco de trás para
não falar, como se guardasse pela vida toda - uma mochila - segredando aos néons ou segredado
por eles uma história de prostitutas…
Tudo fazia sentido, comigo a achar que não havia sentido
nenhum… e aquele carro a levar-me para um apartamento onde eu sabia que iria
para foder... de boa vontade!
Achando nisso depois decadência nas persianas mal corridas às
primeiras frestas de luz com que a manhã lambia o nosso ninho (e a estante dos
teus livros)…
Depois até casa, com vigor no caminho, e uma piscina de sensações a esfregar-me com sabão a alma num tanque – a roupa empestada de
fumo, de tabaco, de memórias fodíferas… o sol bronzeando a minha errância...
Sorrisos cúmplices, no passeio, com meninas
desejosas de tatuagem…
O sorriso delas brinca
E o brinco delas, no umbigo,
Rima comigo…
Passo por nós e por Deus
Enquanto na esplanada brigam os bêbados….
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