17 de fev. de 2011

Navalhas


Ela vinha da noite
E cheirava à lona molhada das tendas de circo…
Provavelmente mais bebida do que eu,
Que acordara demasiado cedo para uns dedos de vodka.

Tinha um pequeno sinal no pescoço
Que se abrigava como um fedelho na sombra dos seus cabelos pretos
E que eu mirava obcecado sobre o jornal.

Assumiu cedo uma posição de controlo
Tomando sem fraqueza o café longo que lhe expunha aquele sinal à luz
E por onde eu perscrutava toda a sua fragilidade.

Era perfeita para o meu carrossel em curto-circuito
E contra-mão!

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