28 de mar. de 2010

Horas Mortas

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É quase domingo e a bebedeira pesa nos ossos como chuva a mais no Inverno. Sai-se do bar e cada um carrega uma ideologia própria de ser livre e estar bêbado. Os carros circulam com um romantismo veloz, dentro de si próprios, ausentes para o realismo deambulante que trucida as avenidas. Alieno-me como quem faz de conta que vive para, ao fim, ao cabo e a meio do caminho, inventar hipóteses por uma estrada de alcatrão na minha cápsula de sentir com motor à frente e mala atrás.
Não tenho nada de novo para dizer. Não hibernei salvação alguma que pudesse ser jogada ao mundo para o salvar de si próprio e, no entanto, acho-me discorrendo sobre um nada que une as pontas todas.
Acendo um cigarro e despenteio-me buscando conforto. Bebo por um gargalo ciente de levar mais merda nos intestinos que rancor no peito, se agora me viajasse por uma vereda de silêncios.
Hoje mudou a hora! Atrasou. A mudança horária dá-se sempre entre a meia-noite e as zero horas. Dependendo da perspectiva, não é propriamente "hora de ponta", nem consta que acelere o trânsito intestinal…
...vá, não sejam porquitos!
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